terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quando o vi da janela, já ele descia apressado a rua...nessa noite fria, sentia se o arrepio da saudade, da tristeza, do abandono...enrolei me no sofá a olhar o céu...acho bonito o céu no Inverno! Acho bonito sentir frio de saudade, é melancólico, é romântico...mas dói! Dói de uma forma aguda, de uma forma agressiva... na rua só a sombra, um vulto a desaparecer na curva...volto á minha noite, ao escuro do quarto salpicado de lágrimas....até já amor

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

As palavras renasceram

As palavras renasceram dos meus dedos.... já la vai um ano desde a ultima vez que escrevi aqui...entretanto mudei! E mudei de casa, de espaço, de local...agora sinto o cheiro a mar de manha, apanho o por do sol só com uma mão. Gosto disso. Não gosto de continuar longe do coração, de permanecer distante dele... disso não gosto. Não gosto de ter saudades da minha Coimbra, não gosto de pensar que posso não voltar... Mas gosto do cheiro a mar sim, muito! Gosto da areia nos pés, gosto de andar descalça aqui, gosto de sentir esta liberdade que vem quando deixas a casa dos pais, quando deixas a tua zona de conforto... esse grito de boca cheia, esse respirar fundo é bom.... é bom ter saudades da nossa primeira casa, é bom voltar á nosso primeira casa por um fim de semana. É bom fazer a viagem de volta, é bom voltar a ver o mar á noite, é bom ouvir chover na praia! O que continua a ser mau é não te ter aqui....é o coração vazio, é a saudade, é o vácuo deixado pelo tempo....está quase, eu espero sentada na areia desta praia que já me beija os pés devagarinho....

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Silabas fraseiam o eco da saudade que ainda insiste em espraiar por noites insones ... Desarrumando emoções guardadas nos recantos da alma ... Meu olhar atraiçoa certezas, minha mente não esquece a saudade ...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Demasiado cansada para pensar....o mundo está todo sobre mim hoje...nesta noite quente....calaram-se as aves, a lua escondeu-se...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado

A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.

José Jorge Letria....( a minha sugestao para esta semana!)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A ressaca da Pascoa...

Mesmo quando eu achava que nao cabia mais, lá ia mais um pedacinho de folar....enquanto isso falava-se de banalidades, do tempo que estava mudado, das amendoas que fulano tinha oferecido e que nao valiam nada!!
Este ano, como em todos os outros, comeu se demais, falou se demais, e tivemos saudades...de alguem....porque há sempre alguem que nao está... porque já nao está "mesmo", porque este ano nao veio, preferiu viajar, ou porque está com a familia "emprestada" que entretanto criou fora das "saias" da nossa!
Existe sempre "alguem" que nao está....todos os anos... na minha ideia o lado negativo das festividades, é quem nao está! E daqui a uns meses alguem nao vai estar tambem no Natal, porque vais estar num outro lado qualquer, e eu vou sentir a mesma coisa ao olhar em volta da mesa e ver novamente cadeiras vazias...

domingo, 11 de março de 2012

O amor quando se revela
Não se sabe revelar
Sabe bem olhar pra ela
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar
Mas quem sente muito cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala
Fica só inteiramente.
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar
Já não terei que contar-lhe
Porque lhe estou a falar.



Fernando Pessoa