quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Viagens circunscritas


Cada ilha oferece uma janela. O que vemos no horizonte é o fundo da nossa alma...Apertados entre mar e mar, entre costa e contracosta, entre as falésias a pique e a espuma das ondas, não temos fuga de nós proprios. Viajamos para longe de tudo, chegamos á outra metade do mundo, abrimos a janela e afinal o que encontramos? A paisagem mais familiar de todas. Cada ilha é um espelho...



Gonçalo Cadilhe

"A lua pode esperar"

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Resta-me apenas uma razão...


Um dia vou-te ouvir dizer
Um dia vou ver-te partir...um dia vais voar para longe
Um dia eu irei atras de ti...um dia amarro-te a mim...
Um dia não te largo, abraço-te, não te deixo fugir...
Um dia beijo-te como nunca te beijei...
Um dia olho-te como nunca te olhei... vou até ti
Um dia, deixa ser um dia e vou sem olhar para tras...
Um dia canso-me...desisto...falho
Um dia desapareço sem ti...afasto-me, deixo de amar
Um dia arrependo-me, perdou-o...
Um dia vou ter saudades, vou chorar...
Um dia volto, e fico....




Um dia ainda corro atras...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Escrita cruzada

Certo dia passeava numa colina perto do mar...estava o fim da tarde exposto aos meus olhos. Aquele laranja amarelado do céu, fazia-me murmurar rimas, palavras, versos...meus, de outros. Alguém tinha escrito versos em toda a parte...palavras repetidas ao expoente da loucura... Aquele som, aquela brisa quente e húmida, aquele sol grande que abraça o mundo inteiro. Aquele dia de Outono, aquele calor a tocar na pele, a agua fria nos pés, o extenso areal a perder de vista, as gaivotas...ao fundo o horizonte batia no céu, fazia uma linha tenue com o mar. Gastava-me o olhar, pesava na alma, mas dava paz, serenidade, vida. Picasso poderia ter pintado o melhor quadro da sua vida ali, Einstein poderia formular uma lei de energias. Eu olhei e escrevi...



Este excerto é dedicado e escrito para o mar mais lindo que já vi... é uma homenagem a todos os que partilharam comigo o nascer do dia em Porto Côvo, o pôr-do-sol, a Ilha do Pessegueiro, e que só de olhar, imaginavam pinturas, fotografias, histórias...È tambem para quem está á espera do resto da historia...para quem me dá inspiração todos os dias, para quem vê na escrita uma bela forma de arte...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


Querida concha....
No mar existem muitas conchas. Umas bonitas e boas, outras más e feias.
Procurei as conchas boas, mas não as encontrei...Estavam partidas ou riscadas. Cortavam.
Até que um dia, a maré trouxe até mim uma concha. Colorida e transparente. Essa concha abriu-se e eu sentei-me lá dentro para sempre.
A gaivota continua bem. Vi-a da minha casa a voar em direcção aos penhascos...

Maria Gonzales



Às gaivotas que "continuam" bem...
Às conchas coloridas e transparentes que são raras...

"Quando eu não o lembrar...."

Quando já não me lembrar de ti, sei
Quando já não fizeres parte da minha vida, penso
Quando virares as costas ao mundo, vou
Quando me deres a mão, agarro-a
Quando me olhares, beijo-te
Quando me prenderes, fico
Quando me chamares, respondo
Quando me abandonares, lembro
Quando pensar em ti, recordo
Quando ouvir esta musica, choro
Quando te encontrar, corro
Quando te abraçar, amo...


Deixa-me dizer-te um segredo...

À minha Mãe...

Corro para ti, para comigo chorares, ou para comigo rires…corro sempre para ti…porque és o meu mundo, porque és eu, porque me ensinaste o que sou, porque me ensinaste a ser assim, porque me amas só por eu ser assim…Amo a maneira como me amas, me olhas, me admiras…amo a maneira como me ensinas, me criticas, ma esperas…e eu vou sempre, hei-de ir sempre ao teu encontro… quando tudo corre mal, quando eu quero fugir, quando eu quero paz, vou… e vou ao teu encontro até ao resto da minha vida, porque te amo, porque te adoro, porque sem ti o mundo não era mundo, o amor não se chamava amor, o abraço não tinha força…sem ti o meu barco naufragava, eu perdia-me em qualquer mar, sem ti eu não ia olhar o nascer do dia e gostar…

Este texto é dedicado á maravilhosa mãe que tenho, porque me ensinou tudo o que sei, porque me incutiu o gosto pela escrita, pela leitura, porque me soube educar, amar, ensinar como ninguem, e porque é a minha maior fã...é a minha âncora, o meu abrigo quando tudo parece desmoronar...dava a vida por ela agora sem hesitar nem um segundo...