terça-feira, 27 de outubro de 2009

E com silêncio falo...

Quem pode salvar-me do que está dentro de mim?
Escrever ás vezes não é um previlegio, é sim um sufoco...todo o escritor é, de certa forma, solitario, sozinho, envelhecido...mesmo se ninguem ler o que escrevo, o sentimento de partilha das palavras é igual.....mesmo se ninguem sentir as "minhas" saudades, é igual...eu sinto por muita gente, olho e ouço por uma multidão, por isso "cada um de nós é muita gente" (F.P)...
Quem pode entender o que penso?
Escrever ás vezes é duro, ás vezes é inocente, ás vezes é sentido, ás vezes é ridiculo...ás vezes nao faz sentido, ás vezes é lindo... " é meu e vosso este fado" (Mariza)
Quem pode chorar as minhas lagrimas?
Escrever a ouvir o gemido de uma guitarra obriga a "escrever bem"...para mim o fado dá-me sede de palavras, dá-me uma augustia boa, uma solidão que aguento tão bem como um abraço...
Quem pode ouvir a musica que ouço, e cantar o refrão comigo?
Escrever ás vezes, faz-me chorar...chorar porque tenho lagrima fácil, chorar porque queria fazer das palavras a minha vida, chorar porque me lembro de alguem...
Quem pode conhecer-me?
Escrever para alguem ler...ler para me conhecer...



"Tasco da Mouraria"
"Medo"
"Loucura"

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